segunda-feira, 31 de maio de 2010

dinossauros, nós

Nascidos assim
em meio a isso
enquanto as faces de greda sorriem
enquanto a Dona Morte ri
enquanto os elevadores quebram
enquanto os cenários políticos se dissolvem
enquanto o empacotador de supermercado ostenta um diploma universitário
enquanto o peixe gorduroso expele sua presa gordurosa
enquanto o sol se mascara

somos
nascidos assim
em meio a isso
em meio a essas cuidadosas e insanas guerras
em meio à visão das janelas quebradas de uma fabrica de vacuidade
em meio a bares onde as pessoas já não falam umas com as outras
em meio a brigas de soco que terminam com tiros e facadas

nascido em meio a isso
em meio a hospitais que são tão caros que sai mais em conta morrer
em meio a advogados cujos honorários tornam mais barato alegar culpa
em meio a um pais em que as cadeias estão cheias e os manicômios fechados
em meio a um lugar em que as massas promovem imbecis a ricos heróis

nascidos em meio a isso
caminhando e vivendo através disso
morrendo por causa disso
calados por causa disso
castrados
depravados
deserdados

por causa disso
enganados por isso
usados por isso
irritados por isso
enlouquecidos e doentes por isso
levados à violência
levados à inumanidade
por isso

o coração está enegrecido
os dedos buscam a garganta
o revolver
a faca
a bomba
os dedos vão em busca de um deus que não responde

os dedos buscam pela garrafa
pela pílula
pela pólvora

nascemos em meio a esta pesarosa mortalidade
nascemos em meio a um governo com dividas superiores a 60 anos
que em breve não será capaz sequer de pagar os juros dessa divida
e os bancos arderão
o dinheiro será inútil
haverá mortes impunes e a céu aberto nas ruas
haverá armas e multidões errantes
a terra será inútil
a comida se tornará pouco lucrativa
o poder nuclear entrará em colapso pelas inúmeras
explosões que continuamente sacudirão a terra
homens-robô radioativos se atacarão em silencio
os ricos e os escolhidos assistirão a tudo de plataformas espaciais
o Inferno de Dante parecerá brincadeira de criança

o sol não será mais visto e a noite será constante
as arvores morrerão
toda vegetação morrerá
os homens radioativos comerão a carne de homens radioativos
os mares serão venenosos
os rios e lagos desaparecerão
a chuva será o novo ouro
os corpos putrefatos dos homens e dos animais federão ao vento negro

os poucos sobreviventes serão consumidos por novas e hediondas doenças
e as plataformas espaciais serão destruídas pelo desgaste natural
pela diminuição dos suprimentos
pelo efeito da decadência geral

e então haverá o mais belo silencio jamais ouvido

nascido disso tudo.

o sol seguirá escondido

à espera do próximo capitulo.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Zander (RJ) em Natal – 29/05 – Calígula (Ribeira).



Esse texto poderia começar falando que o Zander é formado por ex-integrantes de ótimas e lendárias bandas de hardcore, mas no momento em que o mesmo está sendo lido as músicas do quinteto ecoam dentro do cenário se mostrando um dos nomes mais promissores na música independente brasileira. Usando o hardcore como base, elementos de bossa-nova e blues são acrescentados ao já conhecido estilo vocal de Bil Zander que consegue sintetizar em suas letras e melodias assuntos que abordam o cotidiano suburbano de jovens e adultos.

Para completar o evento se unem os potiguares do Dessituados com seu punk rock direto influenciado diretamente por nomes como Ramones e Sex Pistols, o Driveout, banda que vem fazendo ótimos shows com seu som que mescla peso com passagens pop, o Distro que lançou o ótimo EP duplo “Chocolate With Pepper” mostrando (ótimas) canções em inglês e o retorno dos veteranos do Dead Funny Days mostrando um Post-Hardcore como não se vê hoje em dia.

Serviço:

Zander(RJ) em Natal com:

Distro
DeadFunnyDays
Driveout
Dessistuados

29 de Maio - AMANHA - no Calígula (Ribeira) – 17h – 8 reais.

E mais: Exposição de Artes Pláticas, venda de rango Vegan e de material independente.
Produção: Russôi Records e LoL Produções
Apoio: Coletivo Chuva Negra, Eletromusic Estudio e Portal Rockpotiguar
Patrocínio: Somatel e Tec Soft.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Atriz lésbica iraniana poderá ser morta se deportada.


A atriz iraniana Kiana Firouz, 27, luta para conseguir asilo na Inglaterra porque teme que será morta se voltar ao seu país.

Firouz começou a carreira em Teerã com o objetivo de dar voz às lésbicas no Irã. Há dois anos, ela se mudou para a Inglaterra para estudar, mas autoridades iranianas descobriram seu trabalho e a polícia secreta passou a persegui-la.

No Irã, a homossexualidade é ilegal e punida com pena de morte. Na Inglaterra, Firouz teve seu pedido de asilo negado e ouviu a recomendação que precisava ser “discreta” quanto a sua sexualidade se não quisesse ser perseguida.

Em comunicado, a atriz, que estrela no filme “Cul de Sac”, que aborda a homossexualidade no Irã, disse que tem medo de ser deportada: “A homossexualidade é um pecado e ofensa no Irã e sujeita a punições cruéis. Lésbicas podem ser punidas com até 100 chibatadas. Se o ato foi repetido três vezes, somos punidas com a pena de morte.”

A advogada que representa Kiana Firouz disse que vai apelar da decisão do Departamento de Imigração, argumentando que a atriz é conhecida em seu país e que por esse motivo corre o risco de ser perseguida e deportada

sexta-feira, 14 de maio de 2010

COMER CARNE É CULTURAL, por Luis Felipe Valle.

Sujeitar os animais a situações incrivelmente horrorosas usando como justificativas fatores “biológicos”, “evolutivos”, e “nutricionais” é tão válido cientificamente quanto os argumentos que justificaram por séculos (e ainda persistem em alguns lugares) a escravidão dos negros, a perseguição aos judeus, a descriminação das mulheres, a proibição religiosa da doação de órgãos, medula, transfusão de sangue, métodos contraceptivos, etc...

Comer carne é cultural. Dá ao ser humano, que antes era limitado ao branco, europeu, rico (tudo no masculino), a sensação de controlar as outras espécies que compartilham a vida neste planeta. A mesma sensação que sustenta os fanatismos religiosos, a opressão de regimes absolutistas e surtos de histeria coletiva que acabam em manchetes sangrentas e escandalosas no nosso dia-a-dia de banalização moral.

O corpo humano foi desenvolvido para alimentar-se de praticamente tudo que existe no planeta. Isso é adaptação. Significa que se um ser humano precisar matar e alimentar-se de outro para sobreviver, será possível. Possível, não necessário. Em certas culturas isso é cotidiano. Tem sentido próprio e reconhece que a fisiologia humana é muito mais adaptada a dietas vegetarianas (faça a comparação entre as mandíbulas, intestinos, PH estomacal, mãos, faro, glândulas digestoras e hábitos sociais de um leão e de um cavalo).

Comer carne não se limita a comer carne. Seria como concordar com as profecias bíblicas que condenam 90% dos costumes ocidentais e sair por aí matando em nome de Deus, dizendo que não se trata de assassinato, mas de “fé”.

Aliás, deixar de comer carne também é cultural. Em grande parte dos lugares onde não existe o hábito de alimentar-se de animais mortos (ou vivos), existe um surpreendente teor de consciência ecológica e respeito à vida. Em outros lugares, como é o caso do Brasil (o maior exportador de carne de todo o mundo), vai ser difícil alcançar esse nível, mas ele não é necessário, porque a outra parte de não comer carne trata-se mais de inteligência do que de cultura.

Enquanto ficamos por aí debatendo sobre a reforma agrária, as invasões do MST, o latifundiarismo, a miséria, a fome, a subnutrição, a devastação das florestas, as queimadas, a concentração de renda, a capitalização internacional de riquezas e o descaso com o meio ambiente, esquecemos de que o consumo de carne está por trás disso

A população bovina no Brasil (cerca de 200mi) é maior que a população humana (cerca de 190mi), isso sem contar as aves, suínos e caprinos “cultivados” para corte. Os cereais usados para alimentar este rebanho colossal seria mais do que suficiente para alimentar a população humana da América Latina. Os pastos usados tanto na criação de gado de corte quanto no cultivo agrícola para alimentá-los seriam mais do que o necessário para garantir que todo brasileiro tivesse um pedaço considerável de terra para morar – ou continuariam a exercer seu vital papel no equilíbrio ambiental do planeta como florestas tropicais.

Da água doce que se encontra disponível para uso do ser humano no planeta (menos de 0,03% da água superficial da Terra), 80% é usada para fins agrícolas. Escovar os dentes com a torneira aberta não é nada, nada mesmo, comparado a comer carne.

Comer carne é cultural. E reflete a cultura de um povo que pensa a curto prazo, usando indiscriminadamente recursos naturais, condenando o futuro e falsificando consciência sustentável, revelando-se completamente egoísta, alheio às necessidades das pessoas ao redor.

A violência é cultural. Animais que se alimentam de carne são violentos, territorialistas, hostis ao convívio próximo de outras espécies. Ou dominam ou são dominados. A sobrevivência dos animais carnívoros depende disso. A sobrevivência do ser humano não!

Como esperar que um povo compreenda o absurdo de condenar milhões de vidas inocentes à dor e sofrimento? É cultural. Soa cármico. Em algum lugar deve estar escrito, sob assinatura de forças divinas, que quem não tem dinheiro (e isso inclui animais humanos e não-humanos) nasceu fadado e condenado à gula mercenária desse estranho animal que mata e deixa morrer por prazer.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Resenha: Bad Influence Fest com Discarga. 08.05.2010.

Noite mais do que esperada por muitas pessoas. Todos na expectativa para assistir, depois de 6 anos, a banda paulistana de hardcore, Discarga. Um evento realizado com muito esforço pelo coletivo Chuva Negra, que deu certo e fez muita gente chorar de alegria. Nem mesmo um evento realizado no mesmo horário em um bar do lado, atrapalhou os planos e o publico de aproximadamente 300 pessoas se fez presente para a destruição total naquela noite.



Primeira banda da noitada hardcore, a Desafeto trouxe uma sonoridade por demais coerente com o evento, o som dos caras lembra muito a pegada do Discarga. Som direto, rápido e com letras que colocam em cheque nossas atitudes enquanto seres que vivem em sociedade. Mesmo enquanto os caras ainda passavam o som, no bar já se fazia presente alguns rapazes a espera do baile, dessa forma, quando a banda começou já tinha um bom quorum sacando o som. Como a galera ainda estava fria lá embaixo, com o show apenas começando, não se fez presente as rodas, quem imperaram pelo resto da noite, mas isso não diminuiu a empolgação do vocalista PH. Os caras ainda tiraram uma leve onda tocando o hit pop “I got felling” e o show também contou com a participação da esposa do vocalista, Camila, em uma das músicas em que os caras falam sobre ateísmo e exploração animal, além de dois covers, um do “Poison Idea” e outro da cearense “Vingança”. Em suma, foi um bom show, só não foi melhor devido as pausas entre uma música e outra, creio que shows desse tipo de som que os caras levam não permite esse tipo de parada, sob pena de quebrar todo o clima. Logo após a Antiskieumorra sobe ao palco com um integrante a mais. Se com 4, a destruição ja era garantida, imagina com 5 então. A banda entrou em ação para fazer o que sempre fazem: Se divertir. No repertorio músicas dos três trabalhos da banda. Músicas como Urubunização, Cuspir Para Cima e Abada Maldito. O espaço no palco era pouco, com um integrante a mais, porem nada que o bom, velho e rápido hardcore resolva. Algumas pausas foram o suficiente e Jonzin assumi os microfones para uma outra coisa. Piadas. Bem, ele tentou. Acho até que inventou, mas ta valendo. No penúltimo show antes da saída definitiva de Walter, por motivos pessoais, A Antiskieumorra demonstrou que ... Logo após, Todos Contra Um. Com um atraso considerável e perdoável, eles sobem ao palco com pressa e raiva. É certo que as letras da banda e a música rápida são um convite para a diversão e funciona como válvula de escape. Mas ver a banda em ação é ainda mais instigante. A empolgação do Diego Jamaica, afeta diretamente os outros integrantes e o show fica agitado. Matheus Furax, com uma guitarra linda, diga-se de passagem, confundia aqueles que já o conheciam de antes, sentindo o show e se movimentando bastante no palco. Jão tocou com o tênis desamarrado, mas é conseqüência. Alguns covers, como WHN? Da banda What Happens Next? Tiraram os presentes do serio – eu particularmente. Alguns dos presentes não estavam muito a fim de sacar a banda, e começaram os gritos de “vão se fuder”, logo respondido a altura como se deve, pelo vocalista da banda: “Quer me fuder? Vem me fuder. Ah, homofobico hehe”. Diria que foi uma das partes mais divertidas do show. As músicas rápidas convidavam ainda mais a platéia para permanecer até o fim. Em seguida, a Lei do Cão se preparava para tocar, mas faltava baterista. Infelizmente so vieram de Mossoró, Philippe Leitão e o menino lobo, Fernando. Segundo HC e Fred, não puderam comparecer. Leitão e Fernando então saíram em busca de algum amigo baterista, que se dispusesse a tocar naquela noite. Negão, baterista da Antiskieumorra se propôs, com certo receio, pois não conhecia tão bem a banda a ponto de tocar sem ensaiar. Antes Juninho da Discarga, e Alan da Todos Contra Um, negaram o pedido dos aflitos mossoroenses. Infelizmente a banda subiu ao palco e tocou apenas uma música e com humildade e sinceridade, Leitão anunciou no microfone que a banda não poderia tocar e explicou os motivos. Para tristeza de alguns muitos e dos próprios integrantes da banda. Mas é isso, infelizmente essas coisas acontecem e a banda não vai deixar de ser muitíssimo boa por esse pequeno contratempo. Valeu Leitão e Fernando, pela tentativa. Outros roles virão. Depois, a grande expectativa da noite se preparava para subir ao palco: Discarga. Banda de São Paulo. Uma das melhores bandas do cenário nacional de punk/hardcore. Subiram no palco aproximadamente as 21:00 horas da noite. Música rápida e envolvente. A energia da banda no palco é uma das coisas que encanta os olhos. Poucas bandas tocam com tanta vontade. E parecia que a emoção de voltar a Natal após 6 anos, aumentou a expectativa não so por parte da platéia, mas da própria banda, que estava mais animal, como eu nunca havia visto antes. Juninho elétrico, ligado no 220. As músicas novas e velhas se cruzavam. Um fato que pouquíssima gente sabia: O baterista, Nino, havia sofrido um acidente a algum tempo atrás, e tocava no esforço, com muitas dores na clavícula, que se não me engano, estava deslocada. As pausas que rolavam durante o show, serviam para que ele acalma-se um pouco as dores. O show começou com as músicas do cd mais recente, o Música Para Guerra. Depois eles emendaram algumas do Sem Remorso, como Num Queremo e Esforço em Vão. Fim do show, mas não acabaria mesmo por ai. “Ainda vamos tocar umas 180 músicas”. O Juninho prometeu pela banda e eles cumprirão. Covers apareceram. Fogo Cruzado, Ratos de Porão, etc.. Por sinal, xFurax, gutarrista da Todos Contra Um, teve o prazer de tocar com a Discarga, a música Verdadeiro até a Morte, na guitarra do Daniel, enquanto ele cantou a música toda e ainda cantou “Vida Ruim” do Ratos de Porão, banda que o Juninho faz parte.



Foi isso, um show lindo. “O Suor, a rima, o sangue”. Depois do caos, um rango feito e servido pelo próprio coletivo, fez a noite da galera, que se encontrava totalmente destruída e com sorrisos maiores que os rostos.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Apreenção de hamburguers vencidos no Mc'Donalds.

Policiais da 1a. Delegacia de Saúde Pública apreenderam nesta segunda-feira (10) 520 hambúrgueres impróprios para consumo em uma loja do McDonald´s, na região do Jabaquara, Zona Sul da capital. Desse total, 270 estavam com prazo de validade vencido em 9 de abril e as outras 250 unidades não tinham a procedência informada. “Até para mim foi uma surpresa. São 40 kg de carne”, disse o delegado Marcelo Jacobucci.

O gerente do restaurante de fast-food, que foi preso em flagrante, responderá por crime contra as relações do consumidor e contra a saúde pública. Ele pagou fiança de R$ 1.500. A loja fica na Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira.

A assessoria de imprensa do McDonald´s foi procurada pelo G1, mas não ligou de volta na tarde desta segunda.

De acordo com o delegado, os hambúrgueres estavam acondicionados na mesma câmara fria onde ficavam outros alimentos próprios para o consumo. “O produto para descarte tem que estar identificado, mas ele estava misturado aos outros. Ele até pode estar na câmara fria (por ser perecível), mas em local reservado e com identificação visível”, completou Jacobucci.

O delegado contou que o gerente da loja tentou explicar a irregularidade, alegando “sabotagem” por parte de algum funcionário ou ex-funcionário. Ainda nesta segunda, Jacobucci afirmou que mandaria um ofício à Vigilância Sanitária, pedindo para que ela fiscalize a loja onde os 520 hambúrgueres foram encontrados.

A investigação na 1a. Delegacia de Saúde Pública começou há dois meses contra o McDonald’s e Jacobucci contou que a incursão na loja da Zona Sul foi a primeira realizada desde então. De acordo com ele, as denúncias são de que a rede teria filiais vendendo produtos fora da validade. “Uma mulher até esteve aqui para denunciar isso”, afirmou ele, sobre uma possível vítima da comida estragada. Segundo o delegado, as investigações continuam, mas ele não revelou os próximos passos da equipe.
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Conheça o que voce come.
Torne-se vegetariano!

Em breve a resenha do Bad Influence Fest com Discarga.

Go Vegetarian.

sábado, 8 de maio de 2010

DISCARGA EM NATAL! 08.05.2010 - Sábado.

No mês de maio a banda de hardcore Discarga, vai fazer alguns shows pelo nordeste. É isso mesmo que voce está lendo: DISCARGA. Em uma dessas datas, mais precisamente no dia 08.05, Natal vai receber esses garotos feios e mal-educados

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Após seis anos da ultima apresentação na cidade do cu do elefante, eles voltam e trazem alem de vontade, muita expectativa, já que tem um cd lançado em 2008 que, logicamente, não foi tocado aqui.

Música para Guerra, é o nome do cd e tras 18 músicas que vão do reggae, ao fastcore mais puro e destruidor. São músicas que não tiraram a sonoridade da banda, mas que deram um toque a mais de qualidade e podridão no estilo da banda. No melhor estilo Bad Brains, "Sob Influência" é, particularmente, uma das melhores músicas do cd. Sua letra chama por todos os grandes nomes, grandes influencias nacionais e internacionais, indo desde Sabotage à Malcom X, passando por Cartola, Jimi Hendrix, Racionais MC's, entre outros. "No Brain, No Gain", "Ilegal" e "Batendo a Cabeça" são outras das tantas otimas músicas.

Para resumir bem, baixe e tambem compre o cd e tambem vá no show, dia 08.05, HOJE!


É hoje o show mais esperado, por muitos, nos ultimos anos. DISCARGA volta a natal apos alguns anos sem se apresentar em terras potiguares. Foi em 2004, no antigo "MP3", que eles destruiram tudo pela ultima vez. 6 anos depois alguns sobreviventes daquela noite e novos e ansiosos rostos vão poder desfrutar desse lindo show. DISCARGA! DISCARGA!

COLETIVO CHUVA NEGRA APRESENTA:

Bad Influence Fest!
'mais participação, menos expectativa!'

Discarga (são paulo)
Lei do Cão (mossoró)
Todos Contra Um
Antiskieumorra
Desafeto

Jantar VEGetariANO grátis e Venda/Troca de Material Independente!

Centro Cultural Dosol - 08/05/2010
16hs - R$ 7,00

flyer by: xopô lindo, nerds attack!

blog do coletivo: http://coletivochuvanegra.blogspot.com/

Discarga: Uma banda com mais de 10 anos de estrada, várias turnês pela Europa e uma discografia invejável, o currículo do Discarga já faz da banda um legítimo ícone do hardcore brasileiro e um dos grandes nomes do fastcore mundial. Depois de um bom tempo sem tocar no Nordeste, o trio mais rápido do mundo volta para trazer diversão, caos, suor, ouvidos zunindo, lágrimas não faltarão após participar desse belíssimo e tocando show.
myspace.com/discarga

Lei do Cão: Suicidal Tendencies e D.R.I nunca tiveram tão presentes. Após voltar de uma tour no sudeste, esses mossoroenses sem futuro voltam a se apresentar por terras potiguares com seus skates tóxicos e sua música rápida para infernizar nossos ouvidos e nossa calma. Possuídos pelo tubarão, qualquer um que se manter parado será engolido.
myspace.com/leidocao

Todos Contra Um: A banda já tem seu nome falado pelas bocas mais quentes da cidade e região, quiçá até de cidades mais longínquas. Após uma tour pelo nordeste onde o suor, a agressividade e a dor de barriga prevaleceram, eles retornam a Natal com algumas novidades engatilhadas. Com algumas varias resenhas em blogs e a aceitação geral da banda, a Todos Contra Um toca mais uma vez o terror na cidade de Wilma Maia, thrashcore destruindo barreiras e anulando fronteiras. Quem se habilita quebrar os padrões, e tentar se divertir nessa linda noite?
myspace.com/todoscontraum

Antiskieumorra: Nova formação, novas músicas e a mesma velocidade de sempre. Fieis seguidores do Charuto com xodó milho, a Antiskieumorra volta de um longo tempo de férias no México direto para os palcos mais descolados de Natal. Mas nem só de cuscuz vive o cu do elefante. Hardcore com xodó milho.
myspace.com/antiskieumorra

Desafeto: A banda surgiu em 2007 e depois de um longo tempo parada, voltou as atividades com nova formação. Nas suas músicas, letras que falam sobre os direitos animais, anti-homofobia e sobre a vida. Será o segundo show e eles prometem relaxar o cu e abrir o evento com chave de osso. Preparem os espíritos, pois o deles é sujo.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Resenha: Barulho no Beco. 01.05.2010

O Surf no Esgoto, nasce com o proposito de registrar os acontecimentos do cenario potiguar de punk/hardcore. Aqui vão estar bandas que me agradam, eventos, movimentos, ações e demais fatos que acontecerem. Não vou falar sobre coisas que não gosto. Se falar, me desculpem a sinceridade. Vou falar tambem sobre vegetarianismo/veganismo. Para começar vai uma resenha sobre o show do final de semana em Mossoró. o Barulho no Beco, no beco das frutas, la no bar do valdo - sujeito muito simpatico, por sinal -, que contou com as bandas Faixa Preta (Mossoró), Desafeto (Natal), Iazul (PB), Rótulo (SE) e Missfight (CE).

cartaz por Ingrid Anajja

Que Mossoro é uma cidade quente, todo mundo sabe. Mas o que poucos sabem é que fica ainda mais quente nas proximidades do centro, mais precisamente no beco das frutas onde acontece o Barulho no Beco. Bares, cabares, frutas e legumes podres no chão, pessoas, animais, pessoas animais e diversão. Isso resume um pouco aquele lugar. Saimos de Natal, Versus, as Camilas, o Nego e eu, as 12:00hs e chegamos a terra de Santa luzia de por volta das 15:00 e na entrada, ja sentimos o agradavel clima já citado. Fomos recepcionados pelo Valdo, que reconheceu um carro de roqueiros, quando procuravamos o lugar do show. Paramos o carro perto do bar e descemos. Alguns minutos depois, Ingrid Anajja aparece trazendo algumas panelas e hospitalidade. Pouco tempo depois aparece o Mendigo trazendo mais rango. O bar do valdo ainda era um bar tracional. Sinuca, mesas - algumas quebradas -, uma jukebox, bêbados e um violeiro cantando sucessos de outrora. O Valdo nos conseguiu mesa e cadeiras. Sentamos e a conversa fluia naturalmente, até que chegam os sergipanos da Rotulo e os paraibanos da Iazul. O dia ja quase sumia na então pacata cidade mossoroense. Era 1° de maio, dia dos trabalhadores e as ruas estavam praticamente desertas. Mas o calor se fazia presente. Saimos então do bar do valdo e fomos ao bar da sua esposa: Toinha Drink's. Mais uma jukebox, so que dessa vez sem sinucas. Mesas, cadeiras e cartazes de propaganda de cerveja nos aguardavam para um rango muito gostoso. Comemos e fomos até a casa do Pedro Mendigo. Me deparei com a Lila, sua cachorra que havia fugido. Algum tempo depois, retornamos ao beco das frutas para ver a primeira banda da noite.

Aproximadamente 18:30hs e um timido numero de pessoas ja se juntava na frente do bar. Parte das bandas ja estava no lugar mas ainda faltavam as Missfight e parte da aparelhagem de som. Não era nada muito moderno. Alguns amplificadores, uma bateria e um microfone. As 19:00 aproximadamente, a primeira atração da noite: Faixa Preta. 4 garotos tocando um punk rock cru, com letras do proletário contra o burguês, da bicicleta contra o carro. Foi o primeiro show da banda, mas não parecia. Cadeiras voadoras e entusiasmo. Confesso que não vi todo o show, mas ouvi tudo e o que vi me agradou bastante. Luan, saindo das guitarras da extinta Spunk e assumindo a bateria, colocando destruição e mais calor no beco das frutas. Em seguida entra em ação os natalenses da Desafeto. Sou meio suspeito para falar dessa banda, pois canto nela. Mas vou tentar ser imparcial. Tambem eu seu primeiro show, vieram para Mossoró com muita expectativa. Uma semana antes de um show em Natal, dividindo o palco com bandas como Lei do Cão (Mossoró) e Discarga (SP), eles enfrentaram a timidez e assumiram parte da responsabilidade de fazer aquelas pessoas se divertirem. Na terceira música, a guitarra para de funcionar e passa alguns minutos assim. Logo vem a memoria aquela fatidica noite de 2007 quando, com outra banda, o Nego Punk iria se apresentar na mesma cidade, junto com Nerds Attack! (SP) e Cätärro, mas que as torres de iluminação balançaram, fazendo o show ser interrompido. O som então foi arrumado e tudo voltou a anormalidade. Músicas rapidas e empolgação, até mesmo daqueles que se concentravam para não errar, enquanto o valdo ia e vinha pelo palco, entregando cervejas. Entre as músicas, um cover da banda Poison Ideia - Cop An Attitude - que não foi executada e Derrube Seus Muros, da banda Vingança com a Camila - Minha gata - que fez até Rosalba dançar. Os paraibanos da Iazul entraram em seguida. As músicas não são no estilo que eu mais gosto, porem é uma banda muito boa. O baterista empolgado ditava o ritmo do show e o baixista fazia backing vocal sem microfone. Tudo isso possivel porque estavamos em Mossoró. Um cover da banda Dead Fish, Sonho Medio para ser mais preciso, empolgou mais o show e divertiu. O baixista continuava empolgado e o baterista eletrico, mesmo depois de um pequeno erro que não foi suficiente para tirar a paciencia dos mossoroenses. "Valeu Maceio .. quer dizer, Mossoró". Confesso que foi engraçado. A banda então cedeu espaço para a banda Rótulo. Infelizmente não vi o show. A fome falou mais alto e então saimos para comer Acarajé Vegan. Mas pelo aspecto dos integrantes da banda o show deve ter sido muito divertido. Quando voltamos as Missfight ja se preparavam para começar o show. Eu estava na expectativa para ver o trio e não perdi tempo. Ouvindo de fora do bar, podia-se dizer que eram garotas que ja tocavam juntas a muito tempo. Leila, mesmo doente, e sua trupe vieram de Limoeiro para mais uma vez encantar os ouvidos dos que gostam de 'boa' música. Um show completo com pedidos de bis, até. Ainda tivemos uma surpresa depois disso tudo. Os Bicicletas, que não estavam escalados para a noite, pediram com carinho e o Valdo liberou. Eles tocaram algumas músicas e fizeram a alegria dos presentes, que foram para casa com um sorriso amarelo no rosto de quero mais.

Pedro Mendigo, Ingrid Anajja e compania, obrigado pela noite e aquele macarrão tava irado!